English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Visita

Outra vez a gente se revê neste começo de junho, um pouco frio, articulações reumáticas. Na rua de paralelepípedos
gastos, os sapatos cambaios se gastam, os pardais são os mesmos; os pés de manga abrigam morcegos e corujas piando nas noites angustiantes e silenciosas dos quintais. Procuramos a juventude perdida na praça da Matriz, que não responde. Na rua de Cima, só um eco, e na rua de Baixo, aquele córrego ainda corre? As antigas moças radiantes passeiam com carrinhos de compra nos supermercados esquecidas de sua antiga beleza, dos bailes que dançamos, das músicas, das serenatas apaixonadas de brumas brancas, desafinados corações
ardentes e solitários, quando havia trens, cinemas, piqueniques crepusculares correio-
elegante, namoro escondido, música nos alto-falantes.
Outra vez a gente revê os paralelepípedos lisos, ouve o relógio da Matriz batendo mansamente as horas e contando a chegada do fim.
Tudo é o mesmo, só nós não somos os mesmos de antigamente...

Juvenil de Souza não usa relógio.

Próxima Crônica

Página anterior

Nenhum comentário:

Postar um comentário