
Uns ou outros pés-de-moleque chegamos a comprar, mas o canivete, só muitos tempos depois, quando já não eram tão interessantes. Os carrinhos de lata que ficavam dependurados com barbantes pretejados de cocô de moscas voejando em torno do bico de luz nas lojas do alo Sério, dos Cury, dos Bozzo do Anselmo Vessoni, Elias Abrão, Garantido, eram inatingíveis lá em cima perto do forro, mais um sonho perdido.
Carretel de linha corrente número 10 para soltar papagaio, só alcançado depois de guardar ossos, garrafas, ferro velho, latas vazias para vender ao Pretel que vinha de São Simão num velho Ford que encrencava e ficava dias e dias estacionado até consertar.
Dinheirinho contado, carretel comprado, lá ia a gente gastar em balas, rebuçados, sorvetes, pirulitos em forma de chupetas e, se sobrasse algum troco, ir ao cinema ver o velho Charles Chaplin no cine Éden, onde o Carlitos era como a gente- nada dava certo.
Juvenil de Souza, quase alzheimático, tenta lembrar alguma coisa. De minutos
atrás, não lembra nada. Juvenil de Souza esquece tudo que não lhe interessa.
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