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Um córrego morto

Do prédio a gente observa o córrego de águas escuras descendo apertado entre paredes de cimento e concreto, apenas lodo, lixo e sujeira. Era um belo córrego, onde os peixes brilhavam como
relâmpagos, mulheres lavavam roupas e colocavam para secar ao sol na grama lisa e verde das margens.
Havia árvores com frutas cujas bagas desciam boiando na correnteza. Meninos pescavam
pequenos lambaris sentados na ponte com os pés descalços balançando no ar. Havia flores aquáticas e lava-bundas sobrevoavam a água junto com beija-flores, sanhaços e bem-te-vis atrevidos.
Um dia, vieram os homens, derrubaram as árvores, afugentaram os passarinhos, os meninos que pescavam na ponte, as mulheres que lavavam roupa e abriram uma avenida de cada lado do córrego e o lixo e a sujeira tomaram conta da correnteza.
Da janela de vidros quebrados e dobradiças soltas observamos a água
lodosa correndo mansa e cansada nesta tarde cinzenta sem por de sol e sem meninos nadando e gritando sem parar. De repente percebemos, desalentados, que não há nada a fazer.

Juvenil de Souza ama o progresso e é a favor da derrubada indiscriminada de árvores, matança de peixes e comer churrasco de coração de beija-flores.

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