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Folhas de outono

A árvore defronte ao quarto frio e escuro começou a perder as folhas como acontece todo ano. Não é muito vistosa, tem folhas verdes-claras, tronco enrugado e é cheia de galhos. Não é nenhum jatobá de beira de rio e nem um jequitibá rosa igual aos que havia na mata da Graciosa com suas orquídeas grudadas nos galhos altíssimos e inatingíveis. Mas, na sua simplicidade de árvore de cidade grande, até que tem sua elegância.
As folhas caem devagarzinho e dão pouco trabalho aos homens e mulheres que varrem a rua e descansam à sua sombra na hora do almoço, porque ela é acolhedora como qualquer outra árvore. Quase todos os galhos estão nus, cheios de nós e de casca grossa, como couro mal curtido de boi velho. As pontas dos galhos estão ressequidas e uma ou outra folha amarelada fica pendurada, cai-não-cai, esperando algum vento mais nervoso dessas tardes cinzentas de nuvens profundas como se fosse chover.
O próprio vento é ardido, prenunciando frio na madrugada que se aproxima.
À noite, os galhos da árvore sem nome parecem mãos e braços acenando um adeus às folhas que lhes deram vida durante o ano. Ela sabe que logo-logo outras folhas verdolengas brotarão e os botões florescerão de amarelo quando for a ocasião propícia. Não como nós, cujas folhas morreram faz tempo, levadas para longe e que não vão rebrotar enterradas no fundo do coração.

Juvenil de Souza arranjou
outro emprego - caixa de lojinha
deR$1,99. Erra o troco todo dia
e já foi multado várias vezes.


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